old drafts
pálida que o sol que me bate todos os dias é a rede, comprimidos regados de medos, um trovão guardado nos dedos.
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pálida que o sol que me bate todos os dias é a rede, comprimidos regados de medos, um trovão guardado nos dedos.
chuva de nuvens a mergulhar no meu dia ao mesmo tempo que o afogam, sem desespero, sem agonia, mas algo idêntico ao alívio.
acho que se afoga a si mesmo para buscar o azul do mar e colocá-lo nos pensamentos. sem rochas loucas por matar tripulações, sem tubarões que me cortam as pernas, ondas que me embalam pela manhã, os beijos das nuvens ao luar. embrulho-me num cobertor de lágrimas preguiçosas onde o consigo encontrar e não quero mais desdobrar-me.
o calor é suave aqui debaixo enquanto assobio respirações engasgadas de medo, porque medo há sempre, faz parte e creio tê-lo cozido a mim no lugar da famosa oca consciência. mas não vim falar do medo, apesar de só saber falar dele. ainda bem que posso vestir palavras de diferentes cores.
esperava ver-te em breve mas a vida aconteceu. nos breves intervalos da calçada encontro-me sem luz mas com todo o brilho cego que nem eu vejo. de qualquer forma, é lá que nos distanciamos, que ninguém quer ler entrelinhas, ninguém quer saber dos intervalos da calçada. como é curto faz pedir sempre mais.