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pintei o chuveiro de nevoeiro para te ver mais uma vez. e de olhos fechados ninguém pode dizer que não estás.
oh, o dia caiu levemente depressa e houve quem me aparasse o frio desta vez. há algodão doce no céu e tudo parece bonito passeando pelos sorrisos de lama. quando sonhei que podia ser atrás da névoa e o céu estava estrelado. suave. buracos cintilantes que me vestem as mãos, e é por aí que escorregas.
peguei na vassoura para limpar mas as mãos tremiam de embaraço, e só quando te descozi em pedaços é que me descozi também, então lá te deixei pelo chão, que não sei ser atrás da névoa nem à frente, sei sê-la. perdoa a minha alma desmembrada, porque vivo aqui no canto da apatia que infelizmente gosta de ti.
alguém me mostra o caminho? corta as asas ao tempo, para ser algodão doce e sorrisos de lama algum dia. sopra-me nas mãos.
paredes assombradas de luzes mágicas, corpos tomam-me os lábios e a arte cresce.
vi-me nessa palavra que cuspiste durante o jantar e quase desmaiei de paixão barata. ontem sonhei com o dia de ontem quando me revia nas histórias passadas de um qualquer morto que outrora segurou o fio vermelho que agora temos nós nas mãos.
aquele que te ofereci após o funeral. credo, sabia-me de trás para a frente e também o sabia a ele. agora sei-te de cor a ti mas, quando a inconveniente avalanche chegar, vai guiar-nos até cidades opostas e irei passar a ver-te nessa tua luz que não sabia existir. foi ontem que saíste de trás das cortinas pela primeira vez mas vinhas pela sombra. enviar-te-ei um postal com um risinho orgulhoso, e resto de uma boa vida! no amanhã encontrei mais alguém com a alma desenhada assim como a minha e volto a ser feliz. infelizmente caminham sempre na sombra.
gosto de ser especial. correr entre corações mal sentidos, prefiro escorregar num buraco onde o ar assobia mais quente do que aquele com que pintam o vosso luar. actores, crianças, aproveitadores.
mas eu que sou lunática e mal humorada nada posso ter a dizer.
hold me
i'm spilling