porque não gosto de ter trabalho. e não gosto de perder o comodista do tempo. queria pedir desculpa à palma da minha mão, ou somos desconhecidas ou sempre te puxo para trás, cuidado com os ladrões e com os becos à noite.
já estou a receber o meu troco. não faz mal, às vezes ainda tento alcançar o céu e trazer o sol para ti mas é provável que já vá tarde e a noite caiu. a lua gosto dela para mim.
enrolar e enrolar até amanhã sempre foi um dos hábitos e tantas vezes já atravessei a passadeira mas nunca aprendi a desistir de enrolar até amanhã. até aprender aceno que sim. um dia acordei e cresci o suficiente, o sinal está verde porque cheguei hoje e tenho tempo de tudo. até de trazer o sol para ti, e para mim também.
futuros inexistentes em vez de realmente acordar. agora conheço o amargo gosto da insegurança que me faz fugir e te faz crescer um vazio no que quer que sejas. agora estou encostada à parede quando um reflexo que não é o meu tem o meu olhar e parece não me querer ver.
o que poderia esperar da outra metade de mim? é o castigo da palma da minha mão.
Watch me panic, see the wall that's suffocating me and forget to break it. It is not saving that I'm looking for... no words, no words, no words.
Each movement sings to me in a paranoid harmony making these hands scream for a baby blanket, puff!, and I disappear while blowing a wish upon a bloody wound. If maybe you sew bits of air around the world, the melody will sound softer... Don't look at me! I'm right behind your back and you can't (you can, you can, you can) see this distorted image of my eyes drowning in nothingness of some surreal land. But you're looking though and I'm falling.
Eyes that sense spooky dreams, a constant earthquake on my veins.
Cheguei, por fim, a algum precipício. Somos conduzidos mesmo sem querer, sem autorização e a inércia parece não ser tão inútil assim.
Rochas nas minhas costas e tenho de saltar.
Não sei de nada, não compreendo mais.
Cantem-me mais lições de moral para continuar a flutuar sobre nuvens mortas da vida que vos corre pelo sangue. Gavetas abrem e fecham, voam arquivos, folhas soltas e rabiscos que ainda não concluí. Mantenham a boca fechada, tenho tempo para todos.
Vou sentindo, eventualmente, aquele tremor debaixo dos pés pois nunca vivi ou penso não o saber fazer mas intriga-me o quando. O como. Tudo é mais fácil quando o calor me incomodar as mãos e me falar ao ouvido recados que não sei se quero saber. Nada sei, as trevas não me mostram o amanhã então acho que não te quero.
Mas, ainda assim, vivo nelas.
Terá o monstro de me aceitar, terei eu de aceitar primeiro o monstro. Talvez se parasse e olhasse para fora do quarto barulhento e escuro, talvez alguma brisa me tocasse os sentidos e me levasse os pensamentos para algum lugar que deixou de importar, deixei de cair aos meus pés, já nem os conheço e consigo respirar quando me falam. Palavras voam autênticas e seguras de que não há qualquer perigo atrelado ao vôo de ideias cru porque me esqueci de me lembrar desse passo para trás, da hesitação suja a esconder-se levemente pelas escadas, porque há um areal por detrás de cada sombra que me rodeia.
Não te escrevi nada bonito, de novo. Mas irei saltar e não sei,